Three Legends
Durante as etapas do campeonato de arrancada que ocorrem em Goiânia, além das disputas que ocorrem na pista ao longo dos 201 metros, outra disputa ocorre nos boxes: A de Ford Maverick mais bonito do clube União V8. Apesar de a decisão ser muito difícil, a rivalidade não passa de um blefe. Dentro do clube são todos muito amigos e companheiros.

Estamos falando do Ford Maverick. “A fórmula Ford contra a rotina” – dizia um dos anúncios da década de ’70 para a promoção do carro que viria a se tornar uma das lendas do cenário automobilístico nacional. Fabricado desde 1969 nos Estados Unidos, o Maverick começou a ser vendido no Brasil em Junho de 1973, após dois anos de testes, quando finalmente foi aclimatado para as terras brasileiras. Era com este carro que a Ford pretendia tirar um filão do mercado do Chevrolet Opala e atributos para isso o Maverick tinha. Apesar do peso elevado, o motor 302” V8 (exatos 4.950cc) empurrava bem o Maverick com seus 197 cavalos e isso possibilitava encarar o 250S dos Opalas com desenvoltura. A versão GT foi produzida durante sete anos e ficou fadado ao fim da produção com a crise do petróleo em 1977.

Apesar do pouco tempo de produção, este clássico ainda hoje fascina gerações e une muitos laços em busca de aprimoramentos e conservação dos raros modelos em bom estado que restaram. Desta forma, Carlos Augusto, Lindomar e Raphael Quina reúnem-se junto com o clube União V8 para sempre buscarem o melhor para suas máquinas. Originalidade nos três casos não foi prioridade.

O carro de Carlos Augusto é o Maverick GT ’75 Vermelho Rosso, adquirido pelo pai enquanto ele ainda fazia intercâmbio no exterior, mas já sabendo que o filho tinha uma queda pelo Maverick resolveu presenteá-lo, onde o processo de reconstrução foi completo para transformá-lo em um Hot Street. Contando com cabeçotes originais rebaixados em cerca de 2mm, comando Summit 262° assimétrico e bomba de óleo Milodon. A alimentação é feita através de um carburador bijet Motorcraft que engole álcool com muita vontade. Quem manda as faíscas é uma bobina MSN através dos cabos de velas Accel em 8,8mm.
Internamente o GT conta com bancos reclináveis da San Marino, raro volante original da linha GT e alguns manômetros para ajudar no cuidado com o motor. Estão lá o conta-giros, voltímetro, pressão de óleo e pressão de combustível. Externamente notam-se as rodas modelo Palito de medidas 8x15” e 12x15” calçando ótimos pneus Cooper Cobra de medidas 215/60-15” e 295/50-15”. O conjunto de época deu mais personalidade e vivadez ao exemplar.

O pai de Carlos Augusto, o Sr. Lindomar, após dar o Maverick vermelho para o filho, ficou sem o xodó de final de semana, mas isso não durou muito. Ao saber da venda de um Maverick de um dos membros do União V8, Lindomar foi conferir o carro e já o trouxe para casa. Trata-se de um belíssimo exemplar modelo GT de cor Amarelo Dinastia de 1975. Em preparação, este modelo é semelhante ao vermelho pertencente ao seu filho, mas como ainda “manda em casa”, Lindomar resolveu aprimorar algumas coisas para não deixar barato. O carburador neste exemplar é um Quadrijet Holley de 450cfm montado em um coletor Edelbrock Performance RPM trabalhando com gasolina. Fora isso, tudo mais é semelhante na preparação.

Externamente as rodas também são diferentes. Neste modelo foram adotadas rodas Gaúchas de medidas 8x15” na dianteira com pneus Cooper Cobra 215/60-15” e traseiras de medidas 10x15” montadas em pneus Cooper Cobra 295/50-15”.

Internamente o Maverick amarelo ostenta bancos reclináveis San Marino com detalhes amarelos e raro volante original da linha GT juntamente com o conta-giros original na coluna de direção. Em um console especial, este exemplar apresenta um voltímetro, manômetro de pressão do óleo e outro que mede a pressão do combustível.

Apesar de não fazer parte da família de Lindomar e Carlos Augusto, Raphael Quina também é um apaixonado por Fords, em especial Mavericks e não pensou duas vezes antes de adquirir seu primeiro carro. Este GT 1974 é utilizado diariamente por Raphael e compartilha do mesmo modelo de comando que os outros dois Mavericks, o Summit 292° assimétrico e nada mais. Porém, originalidade não é o forte dessa turma e andando em companhia do clube, Raphael tratou de personalizar seu GT ’74 sem exageros. As rodas são modelos Gaúchas de medidas 8x15” na dianteira e 10x15” na traseira devidamente calçadas com pneus Cooper Cobra 215/60-15” e 295/50-15” respectivamente. Em todos os três modelos este conjunto deu aos carros um aspecto bastante agressivo, principalmente pela vista traseira.

Internamente, o Maverick Chumbo de Raphael acolhe os ocupantes com bancos San Marino reclináveis, brindando o motorista com um volante esportivo e dois consoles bastante originais. No primeiro estão instalados os manômetros de temperatura da Água, Pressão do Óleo e de combustível voltados para o motorista. No segundo, logo à frente do câmbio Clark, está instalado um conta-giros Monster de 5” da Auto Gauge.

De certo, todos os exemplares citados ultrapassaram a barreira dos 200cv, mas nestes casos não é a potência do motor o fator determinante. Desfilar com carros tão bem cuidados e poder demonstrar todo o carisma dos motores V8 tão cultuados ultimamente já satisfazem seus proprietários.
 Texto: Rafael Souza | Fotos: Rodrigo Lira
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